Antecedentes da Administração
Antecedentes da administração, a história da administração é recente. No decorrer da história da humanidade, a administração se desenvolveu com uma lentidão impressionante.
Edital IMETP 2025
Antecedentes da administração. somente a partir do século xx é que ela surgiu e apresentou um desenvolvimento de notável pujanqa e inovação. Nos dias de hoje a sociedade típica dos países desenvolvidos é uma sociedade pluralista de organizações, na qual a maior parte das obrigações sociais (como a produção de bens ou serviços em geral) é confiada a organizacões como indústrias, universidades e escolas, hospitais, comércio, comunicações, serviqos públicos etc. Que são administradas por dirigentes para se tornar mais eficientes e eficazes. No final do século xix, contudo, a sociedade era completamente diferente. As organizações eram poucas e pequenas: predominavam as pequenas oficinas, artesãos independentes, pequenas escolas, profissionais autônomos (como médicos, advogados, que trabalhavam por conta própria), o lavrador, o armazém da esquina etc. Apesar de o trabalho sempre ter existido na história da humanidade, a história das organizações e de sua administração 6 um capítulo que teve seu início há pouco tempo.
Edital da UEM 2025
Influência dos Filósofos (Antecedentes da Administração)
A administração recebeu influência da filosofia desde os tempos da antigüidade.
O filósofo grego çócrates (470 a.c.-399 a.c.), em sua discussão com nicomaquides, expõe seu ponto de vista sobre a administração como uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiências.
Platão (429 a.c.-347 a.c.), filósofo grego, discípulo de sócrates, analisou os problemas políticos e sociais decorrentes do desenvolvimento social e cultural do povo grego. Em sua obra, a república expõe a forma democrática de governo e de administração dos negócios públicos.
Aristóteles (384 a.c.-322 a.c.), discípulo de platão, deu o impulso inicial a filosofia, cosmologia, nosologia, metafisica, lógica e ciências naturais, abrindo as perspectivas do conhecimento humano. No livro política, sobre a organização do estado, distingue as três formas de administração pública:
Monarquia ou governo de um só (que pode redundar em tirania).
Aristocracia ou governo de uma elite (que pode descambar em oligarquia).
Democracia ou governo do povo (que pode degenerar em anarquia).
Durante os séculos que vão da antiguidade ao início da idade moderna, a filosofia voltou-se para uma variedade de preocupações distanciadas dos problemas administrativos.
Francis bacon (1561-1626), filósofo e estadista inglês e fundador da lógica moderna baseada no método experimental e indutivo, mostra a preocupacão prática de se separar experimentalmente o que é essencial do que é acidental ou acessório. Bacon antecipou-se ao princípio conhecido em administração como princípio da prevalência do principal sobre o acessório.
René descartes (1596-1650), filósofo, matemático e físico francês, considerado o fundador da filosofia moderna, criou as coordenadas cartesianas e deu impulso a matemática e à geometria da época. Na filosofia, celebrizou-se pelo livro o discurso do método, no qual descreve seu método filosófico denominado método cartesiano, cujos princípios são:
Princípio da dúvida sistemática ou da evidência: consiste em não aceitar como verdadeira coisa alguma enquanto não se souber com evidência clara e distintamente – aquilo que é realmente verdadeiro. Com essa dúvida sistemática evita-se a prevenção e a precipitação, aceitando-se apenas como certo o que seja evidentemente certo.
Edital do ISCAM 2025
Princípio da ana’lise ou de decompusição: consiste em dividir e decompor cada dificuldade ou problema em tantas partes quantas sejam possíveis e necessárias a sua adequação e solução e resolvê-las cada uma, separadamente.
Princípio da síntese ou da composição: consiste em conduzir ordenadamente nossos pensamentos e nosso raciocínio, começando pelos objetivos e assuntos mais fáceis e simples de se conhecer, para passarmos gradualmente aos mais difíceis.
Princípio da enumeração ou da verificação: consiste em fazer recontagens, verificações e revisões tão gerais que se fique seguro de nada haver omitido ou deixado a parte.
Vários princípios da administração, como os da divisão do trabalho, da ordem e do controle, estão contidos nos princípios cartesianos.
Thomas hobbes (1588-1679), filósofo político inglês, defende o governo absoluto em função de sua visão pessimista da humanidade. Na ausência do governo, os indivíduos tendem a viver em guerra permanente e contlito interminável para obtenção de meios de subsistência. No livro leviatã, assinala que o povo renuncia a seus direitos naturais em favor de um governo que, vestido do poder a ele conferido, impõe a ordem, organiza a vida social e garante a paz. O estado representa um pacto social que ao crescer alcança as dimensões de um dinossauro, ameaçando a liberdade de todos.
Jean-jacques rousseau (1712-1778) desenvolve a teoria do contrato social: o estado surge de um acordo de vontades. Contrato social é um acordo entre os membros de uma sociedade pelo qual reconhecem a autoridade igual sobre todos de um regime político, governante ou de um conjunto de regras.
Rousseau assevera que o homem é por natureza bom e afável e a vida em sociedade o deturpa.
Karl marx (1818-1883) e friedrich engels (1820-1895) propõem uma teoria da origem econômica do estado. O poder político e do estado nada mais é do que o fruto da dominação econômica do homem pelo homem. O estado vem a ser uma ordem coativa imposta por uma classe social exploradora. No manifesto comunista, afirmam que a história da humanidade é uma história da luta de classes. Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, nobres e servos, mestres e artesãos, em uma palavra, exploradores e explorados, sempre mantiveram uma luta, oculta ou manifesta. Marx afirma que os fenômenos históricos são o produto das relações econômicas entre os homens. O marxismo foi a primeira ideologia a afirmar o estudo das leis objetivas do desenvolvimento econômico da sociedade, em oposição a ideais metafísicos.
Edital da ISCED 2025
Com a filosofia moderna, a administração deixa de receber contribuicios e influências, pois o campo de estudo filosófico passa a se afastar dos problemas organizacionais.
Influência da Organização da Igreja Católica (Antecedentes da Administração)
Através dos séculos, as normas administrativas e os princípios de organização pública foram se transferindo das instituições dos estados (como era o caso de atenas, roma etc.) Para as instituições da igreja católica e da organização militar. Essa transferência se fez lentamente porque a unidade de propósitos e objetivos – princípios fundamentais na organização eclesiástica e militar nem sempre é encontrada na ação política que se desenvolvia nos estados, movida por objetivos contraditórios de cada partido, dirigente ou classe social.
Ao longo dos séculos, a igreja católica estruturou sua organização, com uma hierarquia de autoridade, um estado-maior (assessoria) e a coordenação funcional para assegurar integração. A organização hierárquica da igreja é tão simples e eficiente que sua enorme organização mundial pode operar sob o comando de uma só cabeça executiva: o papa, cuja autoridade coordenadora lhe foi delegada de forma mediata por uma autoridade divina superior a e strutura da organização eclesiástica serviu de modelo para as organizações que, ávidas de experiências bem-sucedidas, passaram a incorporar os princípios e as normas administrativas utilizados pela igreja católica.
Influência da Organizacão Militar (Antecedentes da Administração)
A organização militar influenciou o aparecimento das teorias da administração.
A organização linear tem suas origens na organização militar dos exércitos da antiguidade e da época medieval. O princípio da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só pode ter um superior) é o núcleo das organizações militares. A escala hierárquica ou seja, os escalões hierárquicos de comando com graus de autoridade e responsabilidade é um aspecto típico da organização militar utilizado cm outras organizações. Com o passar dos tempos, na medida em que o volume de operações militares aumenta, cresce também a necessidade de se delegar autoridade para os níveis mais baixos da organização militar. Ainda na época de napoleão (1769-1821), cada general, ao chefiar seu exército, cuidava da totalidade do campo de batalha. Com as guerras de maior alcance e de âmbito continental, o comando das operações exigiu novos princípios de organização e um planejamento e controle centralizados
1 em paralelo com operações descentralizadas, ou seja, passou-se a centralizaçáo do comando e à descentralização da execução. O conceito de hierarquia na organização militar é tão antigo quanto a própria guerra. O estado-maior formal como um quartel-general apareceu em 1665 com a marca de brandenburgo, precursor do exército prussiano. A evolução do princípio de assessoria e a formação de um estado-maior teve sua origem no século xviii na prússia, com o imperador frederico ii, o grande (1712-1786).
Para aumentar a eficiência de seu exército, criou um estado-maior (stafl para assessorar o comando (linha) militar. Os oficiais de assessoria (stafi cuidavam do planejamento e os de linha se incumbiam da execução das operações de guerra.
Os oficiais formados no estado-maior (stafi eram transferidos para posições de comando (linha) e novamente para o estado-maior, o que assegurava experiência e vivência nas funções de gabinete, de campo e novamente de gabinete.
Outra contribuição da organização militar é o princípio de direção, que preceitua que todo soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e aquilo que ele deve fazer. Mesmo napoleão, o general mais autocrata da história militar, nunca deu uma ordem sem explicar seu objetivo e certificar-se de que o haviam compreendido corretamente, pois estava convencido de que a obediência cega jamais leva a uma execução inteligente.
O general prussiano karl von clausewitz (1780-1831) é considerado o pai do pensamento estratégico. No início do século xixi escreveu um tratado sobre a guerra e os princípios de guerra6 e sobre como administrar os exércitos em períodos de guerra. Definiu a guerra como uma continuação da política por outros meios. A guerra sempre fora um jogo. Embora cruel e destruidora, um pecado, a guerra sempre constituiu uma instituição normal da sociedade humana e um instrumento racional de política. Clausewitz considerava a disciplina um requisito básico para uma boa organização. Para ele, a organização requer um cuidadoso planejamento, no qual as decisões devem ser científicas e não apenas intuitivas. O administrador deve aceitar a incerteza e planejar de maneira a minimizar seus efeitos.
Influência da Revolução Industrial
Com a invenção da máquina a vapor por james watt (1736-1819) e sua aplicação à produção, surgiu uma nova concepcao de trabalho que modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando prohndas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, em um lapso de um século, foram maiores do que as mudarqas ocorridas em todo o milênio anterior. É a chamada revolução industrial, que se iniciou na inglaterra e que pode ser dividida em duas épocas distinta 1780 a 1860: reuolução industrial ou revolução do carvão e do ferro. 1860 a 1914: revolução industrial ou do aço e da eletricidade.
A revolução industrial alcançou todo seu ímpeto a partir do século xix.
Ela surgiu como uma bola de neve em aceleração crescente.
Revolução industrial passou por quatro fases
Fase: mecanização da indústria e da agricultura, em fins do século xviii, com a máquina de fiar (inventada pelo inglês hargreaves em 1767), do tear hidráulico (inventado por arkwright em 1769), do tear mecânico (criado por cartwright em 1785) e do descaroçador de algodão (criado por whitney em 1792), que substituíram o trabalho do homem e a força motriz muscular do homem, do animal ou da roda de água. Eram máquinas grandes e pesadasimas com incrível superioridade sobre os processos manuais de produção da época. O descaroçador de algodão trabalhava mil libras de algodão, enquanto, no mesmo tempo, um escravo conseguia trabalhar apenas cinco libras.
Fase: a aplicação daforça motriz à indústria. A força elástica do vapor descoberta por dénis pupin no século xvii ficou sem aplicação até 1776, quando watt inventou a máquina a vapor. Com a aplicação do vapor às máquinas, iniciam-se grandes transformações nas oficinas (que se converteram em fábricas), nos transportes, nas comunicações e na agricultura.
Fase: o desenvolvimento do sistema fabril. O artesão e sua pequena oficina patronal desapareceram para ceder lugar ao operário e às faricas e usinas baseadas na divisão do trabalho. Surgem novas indústrias em detrimento da atividade rural. A migração de massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das fábricas provoca a urbanização.Fase: um espetacular aceleramento dos transportes e das comunicações. A navegação a vapor surgiu com robert fulton (1807) e logo depois as rodas propulsoras foram substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada por stephenson, surgindo a primeira estrada deferro na inglaterra (1825) e logo depois nos estados unidos (1829) e no japão (1832). Esse novo meio de transporte propagou-se vertiginosamente. Outros meios de comunicação apareceram com rapidez surpreendente: morse inventa o telégrafo elétrico (1835), surge o selo postal na inglaterra (1840), graham bell inventa o telefone (1876). Já se esboçarn os primeiros sintomas do enorme desenvolvimento econômico, social, tecnológico e industrial e as profundas transformações e mudanças que ocorreriam com uma velocidade maior.
A partir de 1860, a revolução industrial entrou em sua segunda fase.
Revolução industrial, provocada por três fatos importantes: o aparecimento do processo de fabricação do aço (1856); o aperfeiçoamento do dínamo (1873) e a invenção do motor de combustão interna (1873) por daimler.
As características da revolução industrial são as seguintes:
Substituição doferro pelo aço como material industrial básico.
Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como fontes de energia.
Desenvolvimento da maquinaria automática e da especializaçüo do trabalhador.
Crescente domínio da indústria pela ciência.
Transformações radicais nos transportes e nas comunicações. As vias férreas são ampliadas. A partir de 1880, daimler e benz constroem automóveis na alemanha, dunlop aperfeiçoa o pneumático em 1888 e henry ford inicia a produção do seu modelo “t” em 1908. Em 1906, santos dumont faz a primeira experiência com o avião.
Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista.
As firmas de sócios solidários formas típicas de organização comercial cujo capital provinha dos lucros auferidos (capitalismo industrial), e que tomavam parte ativa na direção dos negócios deram lugar ao chamado capitalismo financeiro, que tem quatro características principais: A dominação da indústria pelas inversões bancárias e instituições financeiras e de crédito, como na formação da united states steel corporation, em 1901, pela j. P. Morgan e co.
B) formação de imensas acumulações de capital, provenientes de trustes e fusões de empresas.
C) çeparação entre a propriedade particular e a direção das empresas.
D) aparecimento das holding companies para coordenar e integrar negócios.
Expansão da industrialização desde a europa até o extremo oriente.
A calma produção do artesanato em que os operários se conheciam e eram organizados em corporações de oficio regidas por estatutos, foi substituída pelo regime de produção por meio de máquinas, dentro de grandes fábricas. Em função disso, houve uma súbita transformação provocada por dois aspectos, a saber:
Transferência da habilidade do artesão para a máquina, para produzir com maior rapidez, em maior quantidade e com melhor qualidade, permitindo a redução nos custos de produção.
Substituição da força do animal ou do músculo humano pela potência da máquina a vapor (e depois pelo motor), permitindo maior produção e economia.
O rápido e intenso fenômeno da maquinização das oficinas provocou fusões de pequenas oficinas, que passaram a integrar outras maiores e que, aos poucos, foram crescendo e se transformando em faricas. O operário foi substituído pela máquina nas tarefas em que se podia automatizar e acelerar pela repetição. Com o aumento dos mercados, decorrente da redução de preços e popularização dos produtos, as fábricas passaram a exigir grandes contingentes humanos. A mecanização do trabalho levou à divisão do trabalho e à simplificação das operações, substituindo os ofícios tradicionais por tarefas semi-automatizadas e repetitivas, que podiam ser executadas com facilidade por pessoas sem qualificação e com facilidade de controle. A unidade doméstica de produção a oficina e o artesanato em familia desapareceu com a súbita e violenta competição, surgindo um enorme contingente de operários nas fábricas trabalhando juntos durante jornadas diárias de trabalho que se estendiam por 12 ou 13 horas em condições perigosas e insalubres, provocando acidentes e doenças em larga escala. O crescimento industrial era improvisado e baseado no empirismo. Ao mesmo tempo em que intensa migração de mão-de-obra se deslocava dos campos agrícolas para os centros industriais, surge um surto acelerado e desorganizado de urbanização. Ao mesmo tempo em que o capitalismo se solidifica, cresce o tamanho de uma nova classe social:
O proletariado. O baixo padrão de vida, a promiscuidade nas fábricas e os riscos de graves acidentes e o longo período de trabalho em conjunto proporcionou uma interaçáo estreita entre os trabalhadores e uma crescente conscientização da precariedade das condições de vida e de trabalho e da exploração por uma classe social economicamente favorecida. As tensões entre a classe operária e os proprietários de indústrias não tardaram a aparecer. Alguns países passaram a intervir em alguns aspectos das relações entre operários e fábricas, baixando leis trabalhistas. Em 1802, o governo inglês sanciona uma lei protegendo a saúde dos trabalhadores nas indústrias têxteis, e a fiscalização de seu cumprimento passou a ser feita voluntariamente pelos pastores protestantes e juízes locais. Outras leis esparsas são impostas aos poucos, na medida em que os problemas vão se agravando.
Com a nova tecnologia dos processos de produção, de construção e funcionamento das máquinas, com a crescente legislação destinada a defender e proteger a saúde e a integridade física do trabalhador, a administração e a gerência das empresas industriais passaram a ser a preocupação maior dos proprietários. A prática foi lentamente ajudando a selecionar idéias e métodos empíricos. O desafio agora era dirigir batalhões de operários da nova classe proletária. Em vez de instrumentos rudimentares de trabalho manual, o problema era operar máquinas cuja complexidade crescia. Os produtos passaram a ser fabricados em operações parciais que se sucediam, cada uma delas entregue a um grupo de operários especializados em tarefas específicas, estranhos quase sempre as demais outras operações, ignorando a finalidade da tarefa que executavam. Essa nova situação contribuiu para apagar da mente do operário o veículo social mais intenso, ou seja, o sentimento de estar produzindo e contribuindo para o bem da sociedade. O capitalista passou a distanciar-se dos operários e a considerá-los uma enorme massa anônima, ao mesmo tempo em que os agrupamentos sociais nas empresas geravam problemas sociais e reivindicativos, ao lado de problemas de rendimento do trabalho.
A preocupação dos empresários se fixava na melhoria dos aspectos mecânicos e tecnológicos da produção, com o objetivo de produzir quantidades maiores de produtos melhores e de menor custo. A gestão do pessoal e a coordenação do esforço produtivo eram aspectos de pouca ou nenhuma importância.
Assim da revolução industrial, embora tenha provocado uma profunda modificação na estrutura empresarial e econômica da época, não chegou a influenciar diretamente os princípios de administração das empresas a então utilizados. 0s dirigentes de empresas trataram de cuidar como podiam ou como sabiam das demandas de uma economia em rápida expansão.
Alguns empresários baseavam suas decisões tendo por modelos as organizações militares ou eclesiásticas nos séculos anteriores.
A organização e a empresa moderna nasceram com a revolução industrial graças a vários fatores, como:
A) a ruptura das estruturas corporativas da idade média.
B) o avanço temológico e a aplicação dos progressos científicos a produção, a descoberta de novas formas de energia e a enorme ampliação de mercados.
C) a substituição do tipo artesanal por um tipo industrial de produção.
Influência dos Economistas Liberais
A partir do século xvii desenvolveu-se uma variedade de teorias econômicas centradas na explicação dos fenômenos empresariais (microeconômicos) e baseadas em dados empíricos, ou seja, na experiência cotidiana e nas tradições do comércio da época. Ao término do século xviii, os economistas clássicos liberais conseguem aceitação de suas teorias. Essa reaqão para o liberalismo culmina com a ocorrência da revoluqão francesa. As idéias liberais decorrem do direito natural: a ordem natural é a ordem mais perfeita. Os bens naturais, sociais e econômicos são os bens que possuem caráter eterno. Os direitos econômicos humanos são inalienáveis e existe uma harmonia preestabelecida em toda a coletividade de indivíduos. Çegundo o liberalismo, a vida econômica deve afastar-se da influência estatal, pois o trabalho segue os princípios economicos e a mão-de-obra está sujeita às mesmas leis da economia que regem o mercado de matérias-primas ou comércio internacional. Os operários, contudo, estão à mercê dos patrões, que são os donos dos meios de produqão. A livre concorrência é o postulado principal do liberalismo econômico.
As idéias básicas dos economistas clássicos liberais constituem os germes iniciais do pensamento administrativo de nossos dias. Adam smith (1723-1790) é o fundador da economia clássica, cuja idéia central é a competicão.
Embora os indivíduos ajam apenas em proveito próprio, os mercados em que vigora a competição funcionam espontaneamente, de modo a garantir (por algum mecanismo abstrato que smith chamava de a mão invisível que governa o mercado) a alocacão mais eficiente dos recursos e da producão, sem que haja excesso de lucros. Por essa razão, o papel econômico do governo (além do básico, que é garantir a lei e a ordem) é a intencão na economia quando o mercado não existe ou quando deixa de funcionar em condicões satisfatórias, ou seja, quando não ocorre competicão livre. Smith já visualizava o princípio da especializacão dos operários em uma manufatura de agulhas e já enfatizava a necessidade de se racionalizar a producão. O princípio da especializacão e o princípio da divisão do trabalho aparecem em referências em seu livro a riqueza das nações, publicado em 1776. Para adam smith, a origem da riqueza das nacões reside na divisão do trabalho e na especializacão das tarefas, preconizando o estudo dos tempos e movimentos que, mais tarde, taylor e gilbreth iriam desenvolver como a base fundamental da administraçüo cientica. Adam smith reforqou a importância do planejamento e da organizaqão dentro das funqões da administracão.
O liberalismo econômico corresponde ao período de desenvolvimento da economia capitalista baseada no individualismo e no jogo das leis econômicas naturais e na livre concorrência. A livre concorrência, por seu turno, criou áreas de conflitos sociais intensos. A acumulação crescente de capitais gerou profundos desequilhios pela dificuldade de assegurar imobilizacões com renda compatível para o funcionamento do sistema. A partir da segunda metade do século xix, o liberalismo econômico comeqou a perder sua influência, enfraquecendo na medida em que o capitalismo se agigantou com o despontar dos dupont, rockefeller, morgan, krupp etc. O novo capitalismo se inicia com a producão em larga escala de grandes concentracões de maquinaria e de mão-de-obra, criando situacões problemáticas de organizacão de trabalho, de concorrência econômica, de padrão de vida etc.
Karl marx (1818-1883) e friedrich engel(1820-1895), criadores do socialismo e do materialismo histórico, publicam em 1848 o manifesto comunista, no qual analisam os diversos regimes econômicos e sociais e a sociedade capitalista, concluindo que a luta de classes é o motor da história: o capitalismo é um modo de produção transitório e sujeito a crises econômicas aclicas devido a suas contradições internas e constitui uma etapa do desenvolvimento da sociedade em direção ao modo de produqão socialista e ao comunismo. O estado é um órgão a serviço da classe dominante, cabendo a classe operária lutar por sua conquista e implementar a ditadura do proletariado. Em 1867, marx publica o capital e mais adiante suas teorias a respeito da mais valia com base na teoria do valor trabalho. Assim como adam smith e dmid ricardo, marx considera que o valor de toda a mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para produzi-la. Como a força de trabalho é uma mercadoria cujo valor é determinado pelos meios de vida necessários à subsistência do trabalhador (como alimentos, roupas, moradia, transporte etc.), se ele trabalhar além de um determinado número de horas, estará produzindo não apenas o valor correspondente ao de sua forqa de trabalho (que lhe é pago na forma de salário pelo capitalista), mas também um valor a mais, isto é, um valor excedente sem contrapartida, denominado mais valia. É dessa fonte (o trabalho não-pago) que são tirados os possíveis lucros dos capitalistas (sejam eles industriais, comerciantes, agricultores, banqueiros etc.), além da terra, dos juros etc. Assim, enquanto a taxa de lucro que é a relação entre a mais-valia e o capital total (constante + variável) necessário para produzi-la define a rentabilidade do capital, a taxa de mais-valia que é a relação entre a mais-valia e o capital variável (salários) define o grau de exploração sobre o trabalhador. Mantendo-se inalterados os salários (reais), a taxa de mais-valia tende a elevar-se quando a jornada e ou a intensidade do trabalho aumenta. A influência de marx foi enorme, tanto por sua obra, como por sua intensa militância política.
O socialismo e o sindicalismo obrigam o capitalismo do início do século xx a enveredar pelo caminho do aperfeiçoamento de todos os fatores de producão envolvidos e sua adequada remuneração. Quanto maior a pressão exercida pelas exigências proletárias, menos graves se tornam as injustiqas e mais acelerado se configura o processo de desenvolvimento da tecnologia. Dentro dessa situação, surgem os primeiros esforços nas empresas capitalistas para a implantação de métodos e processos de racionalização do trabalho, cujo estudo metódico e exposição teórica coincidiram com o início do século xx.
Influência dos Pioneiros e Empreendedores
O século xix assistiu a um monumental desfile de inovações e mudanças no cenário empresarial. O mundo estava mudando. E as empresas também. As condições para o aparecimento da teoria administrativa estavam se consolidando.
Nos estados unidos, ao redor de 1820 o maior negócio empresarial foram as estradas de ferro, empreendimentos privados e que constituíram um poderoso núcleo de investimentos de toda uma classe de investidores. Foi a partir das estradas de ferro que as ações de investimento e o ramo de seguros se tomaram populares. As ferrovias permitiram o desbravamento do território e provocaram o fenômeno da urbanização que criou novas necessidades de habitação, alimentação, roupa, luz e aquecimento, o que se traduziu em um rápido crescimento das empresas voltadas para o consumo direto. Antes de 1850, poucas empresas tinham uma estrutura administrativa que exigisse os serviços de um administrador em tempo integral, pois as empresas industriais eram pequenas. Em geral, eram negócios de família, em que dois ou três parentes conseguiam cuidar de todas as suas atividades principais. As empresas da época – agropecuárias, mineradoras, indústrias têxteis, estradas de ferro, construtoras, a caça e o comércio de peles, os incipientes bancos faziam parte de um contexto predominantemente rural, que não conhecia a administração de empresas. O presidente era o tesoureiro, o comprador ou o vendedor e atendia aos agentes comissionados. Se o negócio crescia, os agentes se tornavam sócios da firma, integrando produção e distribuição.
Após 1850, os grandes troncos ferroviários cobriam todo o mercado americano do leste urbano e do oeste agrícola. O desenvolvimento ferroviário e a construção urbana criaram o mercado de ferro e aço.
Em 1871, a inglaterra era a maior potência econômica mundial. Em 1865, john d. Rockefeller (1839-1937) funda a standard oil. Em 1890, carnegie funda o truste de aço, ultrapassando rapidamente a produção de toda a inglaterra.
Swift e armour formam o truste das conservas. Guggenheim forma o truste do cobre e mello, o truste do alumínio. Logo a seguir, teve início a integração vertical nas empresas. Os criadores de impérios (empire builders) passaram a comprar e a integrar concorrentes, fornecedores ou distribuidores para garantir seus interesses. Juntamente com as empresas e instalações vinham também os antigos donos e respectivos empregados. Surgiram os primitivos impérios industriais, aglomerados de empresas que se tornaram grandes demais para serem dirigidos pelos pequenos grupos familiares. Logo apareceram os gerentes profissionais, os primeiros organizadores que se preocupavam mais com a fábrica do que com vendas ou compras. As empresas manufaturavam, comprando matérias-primas e vendendo produtos por meio de agentes comissionados, atacadistas ou intermediários. Até essa época, os empresários achavam melhor ampliar sua produção do que organizar uma rede de distribuição e vendas.